A MAGIA DA ALTITUDE: CONHEÇA O SEU IMPACTO NOS VINHOS

A MAGIA DA ALTITUDE: CONHEÇA O SEU IMPACTO NOS VINHOS

A altitude é hoje um tema de conversa frequente entre os apreciadores de vinho e um argumento de venda cada vez mais presente nos rótulos das garrafas.

Para que o assunto não lhe passe ao lado, ajudamo-lo a perceber este interesse em torno das vinhas plantadas em terrenos mais elevados. Descubra neste artigo o impacto que a altitude pode ter nas uvas e a sua influência na produção de vinhos com perfis e características distintos.

Altitude: um conceito que não se mede em metros

Primeira pista: no mundo dos vinhos, a altitude não deve ser vista como um critério rigoroso e quantitativo. Este é um conceito que não se mede em metros, mas sim através da sua capacidade de impactar as características finais de um vinho, conferindo-lhe singularidade.

Segunda pista: as regiões de altitude podem apresentar uma enorme variedade de terroirs, desde encostas íngremes, vales profundos ou planaltos elevados. Daqui resulta uma ampla gama de solos distintos, graus de exposição solar variados e microclimas diversos. Assim, o efeito da altitude na vinha e no vinho não pode ser percebido de forma isolada, estando ligado a outros fatores, como a latitude, a geografia ou os aspetos geológicos do terreno. 

Uma coisa é certa: qualquer vinho que expresse a condição de altitude resulta de um processo desafiante que exige ao viticulor uma grande atenção à natureza do local e a adaptação do cultivo da vinha às respetivas condições onde ela irá crescer.

A influência da altitude nas vinhas

As videiras plantadas em terrenos elevados enfrentam condições climáticas desfiadoras, que têm um impacto significativo no processo de amadurecimento das uvas.
De uma forma geral, estes são os fatores que assumem um papel mais relevante: 


> As baixas temperaturas
À medida que vamos subindo em altura, a temperatura média fica mais baixa e as noites tornam-se mais frescas. Este contexto permite que as uvas amadureçam mais devagar, num processo mais longo e uniforme, preservando a sua acidez natural. Torna-se assim possível obter vinhos mais frescos e equilibrados, com menor teor alcoólico.

> Uma exposição solar mais intensa
As vinhas em altitude estão expostas a mais horas de luz solar. Para se protegerem da intensidade da radiação, as uvas reagem defensivamente e desenvolvem películas mais escuras e espessas. Daqui resultam vinhos de cor acentuada e com taninos bem definidos, que lhes conferem uma maior estrutura e longevidade.


> Uma amplitude térmica marcante
A diferença significativa das temperaturas que se fazem sentir entre o dia e a noite é um traço característico trazido pela altitude. As altas temperaturas registadas no período diurno favorecem a maturação do fruto. Ao anoitecer, as temperaturas reduzidas permitem amenizar os choques de calor e equilibrar esse amadurecimento. Desta variação térmica surgem condições únicas para a produção de vinhos mais complexos e aromáticos.

> A escassez de recursos hídricos

Muitas vezes, nos terrenos íngremes e pedregosos das encostas, as vinhas lutam para encontrar a água e os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. Como tal, desenvolvem raízes mais profundas, extraindo do solo minerais e outros elementos que, mais tarde, vão conferir ao vinho uma personalidade específica do terroir local.
A energia que as videiras colocam nesta busca por recursos vitais acaba por ter influência no seu rendimento. Por norma, os frutos produzidos são mais pequenos e em menor quantidade, mas, em troca, as uvas ganham mais caráter e uma maior concentração de aromas e sabores. 

Reflexos da altitude nos vinhos

Estas circunstâncias das zonas mais altas acabam por transportar para os vinhos características diferenciadoras e bastante evidentes.
De uma forma geral, dão origem a vinhos complexos e muito equilibrados, com taninos macios e uma intensidade de sabor. A frescura, uma mineralidade marcada e uma acidez vibrante são outros traços comuns a estes vinhos, o que os torna perfeitos para harmonizações gastronómicas diversificadas.

Diferentes formas de expressar a altitude

Os vinhos produzidos em cotas elevadas são uma tendência crescente junto de um público que valoriza propostas mais frescas, elegantes e equilibradas, onde a marca da viticultura do local se faz notar.

Como já foi aqui referido, não há, no entanto, uma fórmula única para expressar a altitude. Tudo depende do terroir, mas também do produtor.

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